Tâmara ou Banana? Um Ensaio Científico sobre Tempo, Livre-Arbítrio e Escolhas no Plantio e na Vida
Hélio Laranjeira
5/12/20252 min read


A agricultura sempre foi metáfora para a vida humana. Plantar é decidir. Escolher entre espécies de cultivo rápido ou de longa maturação envolve mais do que critérios técnicos: envolve visão de mundo. Neste artigo, analisamos comparativamente a tâmara e a banana, simbolizando dois arquétipos de decisão: o cultivador de legados e o cultivador de respostas imediatas. A partir disso, discutimos o conceito de livre-arbítrio como força fundadora das escolhas individuais, sociais e institucionais.
Aspectos Agronômicos: Tâmara vs Banana
A tâmara leva de 8 a 30 anos para frutificar, cresce bem em climas áridos e exige baixa manutenção após a maturidade. A banana, por outro lado, frutifica em cerca de 12 a 18 meses, exige clima tropical úmido e cuidados constantes com a rebrota. Enquanto a tamareira representa um investimento de longo prazo, a bananeira representa produtividade imediata.
Tempo e Existência: A Escolha Metafísica no Plantio
A tâmara representa o tempo do legado. Em sua tradição ancestral, diz-se que quem planta tamareiras sabe que não colherá os frutos — mas planta mesmo assim, por amor aos que virão. A banana, por sua vez, representa o tempo da urgência. Frutifica rápido, alimenta em pouco tempo, e exige replantio contínuo.
Livre-Arbítrio como Ato Agrícola e Existencial
Plantar é um exercício pleno de livre-arbítrio. Entre a tâmara e a banana, não há certo ou errado. Há propósito. O livre-arbítrio aqui é a capacidade de escolher entre o agora e o depois, entre a construção de um futuro ou a resposta ao presente.
Implicações Educacionais, Institucionais e Políticas
A metáfora do plantio pode ser transposta para escolas que ensinam para o vestibular (banana) versus escolas que formam cidadãos críticos para o mundo (tâmara); empresas que buscam lucro imediato versus instituições que constroem reputação e cultura; governos que plantam para a próxima eleição versus estadistas que plantam para a próxima geração.
O Futuro Pertence aos que Sabem Escolher o que Plantar
Ao confrontar banana e tâmara, colhemos mais do que dados: colhemos verdades existenciais. Neste século de pressa e imediatismo, precisamos urgentemente de mais tamareiras — pessoas, líderes e instituições que plantem mesmo sem a garantia de colher. E também precisamos das bananas — para alimentar o presente enquanto o futuro amadurece.
