Mindfulness e a EAD: Entre a atenção plena e a distração permanente

Hélio Laranjeira

10/27/20252 min read

A ironia da era hiperconectada

Vivemos o paradoxo do século XXI: quanto mais conectados, menos atentos estamos.

Enquanto o mundo prega o mindfulness — a atenção plena, o respirar consciente, o estar presente —, a Educação a Distância (EAD) se tornou o palco da distração contínua.

O aluno abre o notebook, mas o pensamento está no celular.

O professor grava a aula, mas o estudante grava um story.

A promessa da EAD era libertar o tempo, democratizar o acesso, empoderar o aprendiz.

Mas o que vemos muitas vezes é uma educação fragmentada, perdida entre abas, notificações e microtelas.

Falta silêncio. Falta presença. Falta… consciência.

Quando o ensino se torna um ruído

Não é a EAD que falha.

Somos nós — a sociedade multitarefa, imediatista e ansiosa — que transformamos a aprendizagem em uma corrida de cliques.

O problema não é o ensino mediado por tecnologia, é a mente desmediada pela atenção.

A mente dispersa não aprende.

E sem atenção, não há retenção, não há empatia, não há transformação.

O mindfulness não é uma técnica de respiração — é uma tecnologia da presença.

E talvez seja justamente essa tecnologia que falta às plataformas de EAD:

menos streaming, mais sentido;

menos algoritmo, mais alma.

O desafio de ensinar no tempo da distração

Ensinar à distância exige mais proximidade emocional.

Não basta tutor, precisa ter curadoria afetiva.

Não basta conteúdo gravado, é preciso conteúdo vivido.

Não basta conexão de internet, é preciso conexão de propósito.

As melhores EADs do futuro serão aquelas que conseguirem fundir o mindfulness à mediação digital — transformando o estudo em um ato de presença e o aluno em protagonista de si mesmo.

Porque o maior upgrade da educação não é o 5G, é o foco.

Conclusão — O futuro pede silêncio

A educação do amanhã não será apenas tecnológica.

Será atencional.

Mais do que plataformas, precisaremos de pausas.

Mais do que cursos, precisaremos de consciência.

E mais do que diplomas, precisaremos de presença.

Afinal, de que adianta estar “online” o tempo todo se a mente continua offline?