Itinerários Formativos na Aprendizagem do Ensino Médio Brasileiro
ENSINO HÍBRIDO
Hélio Laranjeira
10/22/20244 min read


A reforma do ensino médio no Brasil trouxe os itinerários formativos como uma tentativa de flexibilizar e modernizar o currículo. Contudo, a implementação tem se mostrado desafiadora, especialmente em um país com vastas disparidades regionais e uma infraestrutura educacional deficiente. Este artigo analisa as barreiras à efetivação dos itinerários formativos e sugere alternativas, como o uso de tecnologias e a ampliação da educação a distância (EAD), para suprir as lacunas existentes.
Com a aprovação da Lei n.º 13.415/2017, o ensino médio passou a ser estruturado por áreas de conhecimento e itinerários formativos, permitindo maior personalização da trajetória educacional dos estudantes. Apesar de seu potencial inovador, muitos estados e municípios enfrentam dificuldades na implementação, especialmente no que diz respeito à oferta de uma variedade de itinerários que atendam tanto a contextos urbanos quanto rurais.
A maior barreira na adoção dos itinerários é a falta de infraestrutura física e humana. Escolas de áreas rurais e regiões afastadas não têm condições de oferecer os diversos itinerários propostos pela legislação, muitas vezes restritas ao ensino básico tradicional. Além disso, a formação de professores e a falta de material didático adequado dificultam o pleno funcionamento dos itinerários.


Outro ponto de dificuldade é a gestão centralizada e a burocracia do Ministério da Educação (MEC), que atrasa o processo de implementação. Assim, apesar das normativas, as iniciativas não avançam na prática, perpetuando a ineficácia.
O Brasil, sendo um país continental, possui vastas regiões onde o ensino presencial simplesmente não consegue atender a todos os estudantes. A concentração de recursos em regiões mais ricas acentua as disparidades, e a falta de flexibilidade para implementar o ensino híbrido ou a distância limita o alcance dos itinerários formativos.
A adoção do ensino a distância, permitido pela legislação com uma carga horária limitada, pode ser a chave para expandir o alcance dos itinerários formativos. Modelos híbridos de ensino, com o uso de plataformas digitais e polos de apoio presenciais, podem garantir que estudantes de todas as regiões tenham acesso a uma educação técnica e profissional de qualidade.
A tecnologia educacional, por meio de recursos digitais, pode auxiliar na formação prática e teórica, facilitando o acesso de estudantes em áreas remotas e democratizando o ensino.


Para que os itinerários formativos avancem de forma eficiente, o governo e o MEC precisam adotar medidas concretas, como:
• Expansão do ensino híbrido, aumentando a carga horária a distância permitida.
• Investimento em infraestrutura tecnológica para possibilitar o acesso ao EAD em todo o território nacional.
• Parcerias público-privadas para viabilizar a criação de polos regionais e de uma rede de suporte técnico.
• Atualização contínua dos professores, com formação focada nas novas demandas educacionais e tecnológicas.


Embora os itinerários formativos representem um avanço teórico para a flexibilização do ensino médio, sua implementação prática enfrenta inúmeras dificuldades. O modelo presencial atual, especialmente em áreas mais afastadas, não atende à demanda de um país tão extenso quanto o Brasil. A inclusão da educação a distância e a adoção de novas tecnologias podem ser caminhos viáveis para expandir o acesso e melhorar a qualidade da educação técnica e profissional.
É urgente que políticas públicas adequadas sejam criadas para garantir a implementação efetiva desses itinerários, permitindo que o ensino médio atenda às reais necessidades dos estudantes e do mercado de trabalho.
Referências
1. Brasil. Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera as diretrizes e bases da educação nacional para instituir o novo ensino médio. Brasília: Presidência da República, 2017.
• Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13415.htm. Acesso em: [data de acesso].
2. Brasil. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ministério da Educação, 2018.
• Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: [data de acesso].
3. GATTI, Bernadete A. Formação de professores no Brasil: características e problemas. Educação & Sociedade, Campinas, v. 31, n. 113, p. 1355-1379, 2010.
• Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/BBJbTQ6BJcqGJ5QYGJxVHXz/?lang=pt. Acesso em: [data de acesso].
4. BIONDI, Alba Zaluar. Políticas públicas e seus impactos na educação profissional no Brasil: perspectivas e desafios. Revista Brasileira de Educação Profissional e Tecnológica, v. 1, n. 2, p. 45-60, 2019.
• Disponível em: https://periodicos.ifrs.edu.br/index.php/RBEPT/article/view/3266. Acesso em: [data de acesso].
5. LIMA, Licinio C. Educação e políticas educacionais em tempos de reformas. Educação e Sociedade, v. 29, n. 102, p. 491-520, 2008.
• Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/SVd7kBTFNSrBVrkBJbMvDQk/?lang=pt. Acesso em: [data de acesso].
6. BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Resolução CNE/CEB nº 3, de 21 de novembro de 2018.
• Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=98963-res-cne-ceb-003-2018-diretrizes-curriculares-nacionais-para-o-ensino-medio-pdf&category_slug=novembro-2018-pdf&Itemid=30192. Acesso em: [data de acesso].
7. MAIA, R. P.; MATTOS, A. G. C. Desafios da educação a distância no Brasil: uma análise das diretrizes e resultados de ensino. Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, v. 11, n. 3, 2021.
• Disponível em: https://revista.abed.org.br/index.php/RBAAD/article/view/296. Acesso em: [data de acesso].
8. CAVALCANTE, Maura R.; SILVA, Maria R. Educação profissional e tecnológica no Brasil: O papel do ensino médio integrado e os itinerários formativos. Revista Eccos, v. 58, p. 123-137, 2020.
• Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/eccos/article/view/51100.


A reforma do ensino médio no Brasil trouxe os itinerários formativos como uma tentativa de flexibilizar e modernizar o currículo. Contudo, a implementação tem se mostrado desafiadora, especialmente em um país com vastas disparidades regionais e uma infraestrutura educacional deficiente. Este artigo analisa as barreiras à efetivação dos itinerários formativos e sugere alternativas, como o uso de tecnologias e a ampliação da educação a distância (EAD), para suprir as lacunas existentes.
Com a aprovação da Lei n.º 13.415/2017, o ensino médio passou a ser estruturado por áreas de conhecimento e itinerários formativos, permitindo maior personalização da trajetória educacional dos estudantes. Apesar de seu potencial inovador, muitos estados e municípios enfrentam dificuldades na implementação, especialmente no que diz respeito à oferta de uma variedade de itinerários que atendam tanto a contextos urbanos quanto rurais.
A maior barreira na adoção dos itinerários é a falta de infraestrutura física e humana. Escolas de áreas rurais e regiões afastadas não têm condições de oferecer os diversos itinerários propostos pela legislação, muitas vezes restritas ao ensino básico tradicional. Além disso, a formação de professores e a falta de material didático adequado dificultam o pleno funcionamento dos itinerários.


Outro ponto de dificuldade é a gestão centralizada e a burocracia do Ministério da Educação (MEC), que atrasa o processo de implementação. Assim, apesar das normativas, as iniciativas não avançam na prática, perpetuando a ineficácia.
O Brasil, sendo um país continental, possui vastas regiões onde o ensino presencial simplesmente não consegue atender a todos os estudantes. A concentração de recursos em regiões mais ricas acentua as disparidades, e a falta de flexibilidade para implementar o ensino híbrido ou a distância limita o alcance dos itinerários formativos.
A adoção do ensino a distância, permitido pela legislação com uma carga horária limitada, pode ser a chave para expandir o alcance dos itinerários formativos. Modelos híbridos de ensino, com o uso de plataformas digitais e polos de apoio presenciais, podem garantir que estudantes de todas as regiões tenham acesso a uma educação técnica e profissional de qualidade.
A tecnologia educacional, por meio de recursos digitais, pode auxiliar na formação prática e teórica, facilitando o acesso de estudantes em áreas remotas e democratizando o ensino.


Para que os itinerários formativos avancem de forma eficiente, o governo e o MEC precisam adotar medidas concretas, como:
• Expansão do ensino híbrido, aumentando a carga horária a distância permitida.
• Investimento em infraestrutura tecnológica para possibilitar o acesso ao EAD em todo o território nacional.
• Parcerias público-privadas para viabilizar a criação de polos regionais e de uma rede de suporte técnico.
• Atualização contínua dos professores, com formação focada nas novas demandas educacionais e tecnológicas.


Embora os itinerários formativos representem um avanço teórico para a flexibilização do ensino médio, sua implementação prática enfrenta inúmeras dificuldades. O modelo presencial atual, especialmente em áreas mais afastadas, não atende à demanda de um país tão extenso quanto o Brasil. A inclusão da educação a distância e a adoção de novas tecnologias podem ser caminhos viáveis para expandir o acesso e melhorar a qualidade da educação técnica e profissional.
É urgente que políticas públicas adequadas sejam criadas para garantir a implementação efetiva desses itinerários, permitindo que o ensino médio atenda às reais necessidades dos estudantes e do mercado de trabalho.
Referências
1. Brasil. Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera as diretrizes e bases da educação nacional para instituir o novo ensino médio. Brasília: Presidência da República, 2017.
• Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13415.htm. Acesso em: [data de acesso].
2. Brasil. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ministério da Educação, 2018.
• Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: [data de acesso].
3. GATTI, Bernadete A. Formação de professores no Brasil: características e problemas. Educação & Sociedade, Campinas, v. 31, n. 113, p. 1355-1379, 2010.
• Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/BBJbTQ6BJcqGJ5QYGJxVHXz/?lang=pt. Acesso em: [data de acesso].
4. BIONDI, Alba Zaluar. Políticas públicas e seus impactos na educação profissional no Brasil: perspectivas e desafios. Revista Brasileira de Educação Profissional e Tecnológica, v. 1, n. 2, p. 45-60, 2019.
• Disponível em: https://periodicos.ifrs.edu.br/index.php/RBEPT/article/view/3266. Acesso em: [data de acesso].
5. LIMA, Licinio C. Educação e políticas educacionais em tempos de reformas. Educação e Sociedade, v. 29, n. 102, p. 491-520, 2008.
• Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/SVd7kBTFNSrBVrkBJbMvDQk/?lang=pt. Acesso em: [data de acesso].
6. BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Resolução CNE/CEB nº 3, de 21 de novembro de 2018.
• Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=98963-res-cne-ceb-003-2018-diretrizes-curriculares-nacionais-para-o-ensino-medio-pdf&category_slug=novembro-2018-pdf&Itemid=30192. Acesso em: [data de acesso].
7. MAIA, R. P.; MATTOS, A. G. C. Desafios da educação a distância no Brasil: uma análise das diretrizes e resultados de ensino. Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, v. 11, n. 3, 2021.
• Disponível em: https://revista.abed.org.br/index.php/RBAAD/article/view/296. Acesso em: [data de acesso].
8. CAVALCANTE, Maura R.; SILVA, Maria R. Educação profissional e tecnológica no Brasil: O papel do ensino médio integrado e os itinerários formativos. Revista Eccos, v. 58, p. 123-137, 2020.
• Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/eccos/article/view/51100.
