Educação: Opressão com metodologia ativa
Hélio Laranjeira
8/7/20252 min read


Diz-se que a educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo. No Brasil, entretanto, essa arma foi comprada em leilão de sucata e entregue sem manual de instruções.
Enquanto outros países discutem como integrar inteligência artificial ao processo de aprendizagem, aqui ainda brigamos se o professor pode usar celular em sala de aula ou se o aluno deve escrever com giz na pedra. A chamada metodologia ativa virou apenas a versão gourmetizada da opressão: o aluno continua sem aprender, mas agora se finge que está participando.
O país do contra-senso educacional
Querem equidade, mas cortam a tecnologia que poderia levá-la a regiões remotas. Querem inclusão, mas fecham portas para a Educação a Distância. Querem progresso, mas condenam cursos híbridos como se fossem feitiçaria digital. Proibir o uso do EAD em formações críticas — como a de professores ou de advogados — é a prova mais cruel de que o Brasil não entendeu o século XXI.
É como proibir avião porque alguém ainda prefere andar de jegue.
O milagre das verbas sumidas
O custo médio por aluno nas universidades públicas brasileiras beira os R$ 90 mil por ano. Dinheiro suficiente para garantir computadores, internet e professores decentes em qualquer comunidade isolada da Amazônia ao Sertão. Mas o que se vê? Salas sucateadas, laboratórios fantasmas, evasão escolar recorde e um discurso oficial repetindo que “falta recurso”. Não falta recurso, falta vergonha.
A primeira infância esquecida
Enquanto se discute se o aluno pode ligar o tablet, o país esquece onde realmente se forma uma geração: nos mil primeiros dias de vida. Ali onde deveria haver estímulo, nutrição e cuidado, o que há é negligência. A equidade, tão citada em relatórios, não chega ao berço. Mas, claro, é mais fácil inaugurar universidade com placa dourada do que investir em creche de bairro.
A metodologia da opressão
O discurso bonito chama de “metodologia ativa”. A prática mostra o que é: opressão com marketing. O aluno continua sem protagonismo, mas agora é obrigado a montar cartazes coloridos para provar que aprendeu algo que ninguém ensinou. O professor, sem apoio, vira animador de auditório. A escola, sem estrutura, vira simulacro de inovação.
