Educação híbrida é justiça educacional: Brasil inaugura Rede Nacional de Inovação na UFAL

Hélio Laranjeira

8/4/20252 min read

“Quem teme a tecnologia, na verdade, teme a liberdade.”

Essa é a provocação que ecoa hoje, com força e esperança, a partir de Alagoas, onde foi oficialmente inaugurada a RIEH – Rede de Inovação para a Educação Híbrida, sediada na Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Num momento em que parte do debate educacional se perde entre nostalgias analógicas e medos infundados sobre o uso da tecnologia, o Brasil dá um passo à frente: afirma que a educação do século XXI precisa ser plural, flexível, conectada e, acima de tudo, inclusiva.

O que é a RIEH?

Criada pela Portaria MEC nº 865/2022, a Rede RIEH representa um esforço conjunto do Ministério da Educação, em parceria com universidades e secretarias estaduais, para estruturar Núcleos de Inovação, ambientes virtuais de aprendizagem, estúdios de produção digital e formações pedagógicas voltadas ao uso da tecnologia como aliada da aprendizagem.

Na prática, a RIEH apoia estados e municípios na criação de políticas locais de educação híbrida, com foco especial no Novo Ensino Médio, na educação profissional, e na EJA (Educação de Jovens e Adultos).

A inauguração na UFAL: um marco histórico

A cerimônia de hoje na Universidade Federal de Alagoas oficializou a abertura do Observatório Nacional da RIEH, que será responsável por acompanhar e orientar a implementação da rede em todo o Brasil.

O evento não foi apenas simbólico: ele marca o início de uma nova etapa da educação pública brasileira, ancorada em evidências, inovação e justiça territorial. A UFAL se consolida como protagonista dessa virada pedagógica, colocando Alagoas no centro do mapa da educação do futuro.

Por que a educação híbrida é tão importante?

Muitos ainda confundem tecnologia com exclusão. Mas os dados mostram o contrário:

  • A tecnologia alcança quem está longe, onde o Estado físico não chega;

  • Ela permite personalização da aprendizagem, respeitando ritmos e contextos;

  • Dá mais autonomia a professores e estudantes;

  • E ainda reduz desigualdades, especialmente para quem precisa conciliar estudo, trabalho e deslocamentos longos.

Educação híbrida com base em ciência

Relatórios da UNESCO, estudos como o metaestudo de Hattie, e experiências em países como Colômbia, Portugal e Coreia do Sul mostram que o uso consciente da tecnologia amplifica os resultados de aprendizagem, especialmente quando combinado com metodologias ativas e formação docente contínua.

No Brasil, essa realidade começa a ganhar forma com a expansão da RIEH e o fortalecimento da formação digital dos educadores.

Uma escola mais justa, plural e significativa

A pergunta que devemos fazer não é “se” vamos usar a tecnologia — mas como vamos usá-la para garantir que nenhum estudante fique para trás.

A educação híbrida não substitui o presencial — ela o complementa com propósito, estratégia e equidade.

A escola do futuro é aquela que escuta, acolhe e inova. E essa escola começou a se construir, oficialmente, hoje — na UFAL.