Contra o vento e o retrocesso: A coragem de inovar na educação técnica do século XXI
Hélio Laranjeira
8/5/20253 min read


Era uma vez - e ainda é - uma instituição que ousou sonhar diferente. Não apenas ensinar, mas transformar. Não apenas transmitir conteúdo, mas acender futuros. Nasceu com uma missão que muitos julgavam utópica: levar educação técnica e profissional para os que mais precisavam, independentemente da geografia, da classe social ou da infraestrutura local. Quando a conectividade ainda era artigo de luxo, ela apostou em satélites. Enquanto outros viam barreiras, ela via pontes. E assim, desbravou distâncias.
Mas o mundo gira. E a educação, quando viva, gira junto. Com a chegada do streaming, o satélite virou passado - e como todo bom pioneiro, a instituição não resistiu à mudança: ela correu ao encontro dela. Trocou antenas por câmeras, cabos por nuvens digitais. Abriu mão de suas zonas de conforto para abraçar a velocidade, a flexibilidade e a interatividade que o novo tempo exigia. E, mais uma vez, venceu.
Agora, estamos à beira de outra revolução: a Inteligência Artificial. Um território que para muitos é ameaça, para nós é oportunidade. Uma chance real de tornar o aprendizado personalizado, contínuo e verdadeiramente humano. Sim, humano - porque é com tecnologia que devolvemos tempo aos professores, acessibilidade aos alunos e inteligência ao processo educacional. É com IA que finalmente rompemos com a lógica da fila única, do conteúdo engessado, da aula que ignora as singularidades.
Ainda assim, há quem queira apertar "pause" nessa evolução.
Há quem veja na inovação um perigo, e não uma esperança.
Há quem defenda que o Brasil, país de desigualdades históricas, deve voltar para trás, engavetar o digital, desacelerar a marcha do conhecimento.
Esses argumentos - por mais revestidos de boas intenções - escondem uma miopia perigosa: a de acreditar que só há qualidade com presença física, que só há vínculo com tijolo e cimento, que só há educação onde há uma lousa branca e cadeiras enfileiradas.
Mas nós, que fazemos educação de verdade, sabemos: presencialidade não é sinônimo de presença.
Sabemos que há muito mais evasão entre muros do que se admite.
Sabemos que uma escola que nega a tecnologia está negando o próprio século em que vive.
A verdadeira educação disruptiva não substitui o professor. Ela o empodera.
Ela conecta, amplia, responde, ensina, acolhe.
Ela chega onde o Estado não chega.
Ela não espera infraestrutura perfeita para agir: ela constrói o possível com coragem e ousadia.
Nosso ecossistema educacional é prova viva disso.
Ensinamos jovens a serem técnicos, cidadãos, protagonistas de suas histórias.
Criamos uma escola que não se limita ao espaço físico, mas que habita cada tela, cada vila, cada cidade invisibilizada pelas estatísticas.
Não fazemos retrocesso com romantismo, fazemos avanço com responsabilidade.
Enquanto alguns defendem que o Brasil deve parar e esperar um futuro ideal, nós dizemos: o futuro é agora - e ele precisa ser inclusivo, acessível e inteligente.
Por isso, reafirmamos nossa escolha:
Fazer mais com menos.
Formar com afeto e com dados.
Educar com alma e com algoritmo.
Não estamos sozinhos nessa jornada. Levamos conosco os milhões de brasileiros que têm pressa, que têm sede, que não podem esperar que o futuro chegue por decreto.
A educação técnica e a EaD não são atalhos. São trilhas legítimas de ascensão social, dignidade e desenvolvimento.
E é por isso que, mais uma vez, avançamos.
Mesmo com críticas. Mesmo com obstáculos.
Porque sabemos que o verdadeiro legado da educação é preparar o país não para o passado idealizado, mas para o futuro real.
